terça-feira, 22 de julho de 2008

Abelhas que curam..

Aos 4 anos brincava no pátio da minha tia-avó que tinha muitas flores e um autêntico corredor por onde eu e o meu irmão encontrávamos sempre algo de novo num local onde os adultos nada viam a não ser duas crianças e a sua alegria.

Nesse pátio existiam muito outros seres :) entre eles formigas, lagartixas, lagartas, borboletas, bichos de conta e... abelhas..
nunca tive receio de abelhas apesar de me dizerem que as abelhas são perigosas e que picam, tanto foi o medo que um dia uma picou mesmo... no olho..

Ali não me lembro da dor.. não me lembro de mais nada a não ser de ouvir a minha mãe a dizer-me "tens de tirar a mão do olho para vermos.." - Nesse momento.. a dor chegou e o medo do ferrão entrou...

Muitas espécies de abelhas quando picam é em defesa do grupo... algumas espécies não sobrevivem depois de uma picada .. por isso é que nos dói tanto.. a dor de sacrifício para se protegerem de um sentimento de medo que temos por estes seres...

Há pouco tempo atrás o universo encarregou-se de me colocar bem perto delas.. num local mágico onde as obreiras trabalham arduamente vindas do solo..
Muito tranquilo coloquei a toalha para iniciar a pratica de um relaxamento profundo.. mal sabia eu que tinha tapado dezenas de entradas para as suas casas.. quando percebi, já não havia nada a fazer pois estava rodeado por muitas mesmo.. medo? sim.. levantei-me e deparei-me com uma linda princesa que ficou a 15 cm do meu nariz a olhar para mim.. que ser magnífico pensei eu.. ali ficamos uns 5 segundos sentindo um respeito mútuo que não consigo descrever..

Elas foram a minha prática profunda... incidindo e aparecendo na minha realidade com o seu zumbido e ligeiro vento gerado pelas asas nas minha face..e tal como o meu respirar.. respeitaram o meu nível de medo.. voltando a aparecer sempre que ficava mais centrado.

Ocorreu mesmo uma terapia natural.. de vez em quando era invadido pelo sentimento de me estarem a tratar... um medo bem profundo.. um medo que vinha desde sempre.. e só mesmo elas sabiam como me curar..

Estou imensamente grato por esta experiência, revelou que muitos medos só se enfrentam na própria situação e se nos disponibilizarmos de coração... mesmo que o medo seja inconsciente.. o universo e a natureza aplicam todo o seu poder de cura e sabedoria em benefício de um todo.

Aqui fica o meu agradecimento :)



quarta-feira, 16 de julho de 2008

O Lápis sem cor..

Todas as crianças gostam de muito de rabiscar, criar, desenhar.. eu não era excepção e gostava muito de fazer desenhos.. nada menos que a folha A4, uns lápis bem afiados e estava pronto para a diversão!

Um dia queria desenhar uma personagem, Fido Dido, e como sabem ele é todo branco...
Ora essa cor não estava presente na minha caixa de arco íris.. chamei logo pela minha mãe e contei-lhe que não tinha como o pintar pois não tinha a cor tão desejada que reflecte todas as outras..

A reacção da minha mãe foi de que a folha já era branca e sendo assim o boneco já estava pintado.. lembro-me da sensação de trabalho inacabado.. porque é que não podia eu pintar a cor branca ? porque é que estavam todas menos o branco?

voltei a insistir.. "Mãe mas não existe a cor branca em lápis?".... A minha mãe respondeu que sim e partimos à procura pelas 2 ou 3 papelarias que existiam... incrível como me lembro da cara das pessoas a menosprezar e a fazer caras estranhas por andar à procura de um lápis branco...

Agradeço-te Mãe porque acreditaste em mim em algo que mesmo tu não compreendendo o porquê sentiste que a busca por essa cor era muito importante para mim.

Até hoje cada vez que passo por uma papelaria e vejo lápis de cor vejo se são bons ou não pelo facto de ter a cor branca ou não... a cor que tudo reflecte pode parecer que nada tem.. na verdade... ela tudo mostra.

Luz



domingo, 13 de julho de 2008

Energia em Movimento

Um momento o guerreiro abre os olhos e está deitado no chão de uma planície.. uma bandeira rasgada sopra ao vento e mostra-lhe que a batalha acabou.. nesse preciso momento nada pensa e limita-se a perceber que está vivo pelos simples facto de sentir os olhos a abrirem... está sozinho e a tentar arrastar-me de volta a casa.. Anos de treino, sincronia e meditação a liderar um exército que no fim se anulou perante um outro de igual força, restando nada mais do que um indivíduo e a sua espada sagrada..

Nesse momento percebeu que tanto anos de dedicação e entrega à causa apenas geraram do lado do inimigo uma força equivalente de soldados que lhe permitisse testar os seus métodos e toda a intensidade de energia que tinha ali colocado..

O guerreiro agradeceu aos seus deuses por lhe terem mostrado tal efeito dos seus actos.
A energia num certo movimento e intenção criou tudo aquilo de que hoje se arrependia...nada mais simples do que a intenção em que vibrava o seu coração podia gerar tamanha devastação..

A partir desse dia nunca mais usou armadura ou protecções, e mesmo a sua espada apenas ficaria com ele como companheira e símbolo por toda a sua aprendizagem.

Durante longos anos continuou com todo o trabalho desenvolvido até então mas numa vibração totalmente diferente... a vibração de reconhecer a paz nos corações fez com que o reino nunca mais vibrasse em protecção contra o exterior.. sendo assim.. o perigo nunca mais se sentiu atraído por aquele local..

A espada é símbolo de movimentação da energia que lhe colocamos.

Quanto mais abrimos o coração mais eficaz ela se torna... quanto mais clareza melhor ela desbrava o caminho da luz.